domingo, 23 de março de 2008

O que faltou?



Estava lendo alguns emails, posts de blogs e tópicos de comunidades no orkut quando me deparei com uma historinha, cuja autoria me é desconhecida, que me fez refletir um pouco sobre o papel da escola e da família na formação do indivíduo. Vamos a ela:

O diretor de uma escola na periferia recebeu uma verba do estado para uma reforma na escola. Comprou novos bebedouros, pintou as salas, conseguiu novas carteiras e reformou a sala de vídeo inclusive com uma TV novinha e um aparelho de DVD.

O diretor entendia que para conscientizar os alunos a preservar a estrutura da escola era necessário também conscientizar os pais e a comunidade sobre as mudanças na escola. E convocou uma reunião de pais e aberta para pessoas da comunidade.

Infelizmente, poucas pessoas apareceram na reunião, marcada e remarcada inclusive no sábado.

Quando os meninos voltaram à escola, reuniram-se todos no pátio e o diretor falou da importância de se preservar o espaço escolar e tal. Nas salas de aula, os professores reforçaram o que o diretor falou.

1 semana depois os bebedouros estavam com defeito e algumas paredes rabiscadas.

1 mês depois a TV e o aparelho de DVD foram roubados.

Um professor teve seu carro riscado e os pneus furados. Conseguiu transferência para outra escola. A fama da escola violenta espalhou-se. Os alunos estavam sem professor de português, ciências e artes.

E alguns pais entraram em cena: denunciaram num conhecido programa de televisão.

E aí pergunto: o que faltou?

6 comentários:

  1. Vergonha na cara desta comunidade que deixa isso acontecer é claro.
    Eu fiz um post lá no O Futuro do Presente comentando como são as escolas públicas da área onde moro e uma das coisas que chamam muito a atenção é a participação dos pais em tudo o que acontece na escola e em muito trabalho voluntário.
    Claro que aqui é uma classe média alta, mas eu sei de escolas deste nível que os pais não estão nem aí.
    A cultura do Brasil é: se não fazem do meu jeito não serve e eu não vou ajudar em nada já que o governo é o responsável por tudo.
    Quando você pergunta que governo eles nem sabem.
    O povo está acostumado a esperar sentado tudo, acham que o poder público é a grande mãe e tudo é culpa dela.
    Quando então você vê que em algumas cidades as escolas são exemplos para o país é só verificar que lá a comunidade se envolve e não é com dinheiro.
    Isso me revolta Rosinha.
    Eu teria mais para escrever aqui, mas aí não sobraria espaço para ninguém, risos.
    Beijocas

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  2. Foi esse mesmo sentimento de revolta que eu tive, Cris, por saber que isso acontece muito por aqui, infelizmente.

    Ah, você pode escrever o quanto quiser, viu?
    Bjs!

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  3. Já ensinei em uma escola estadual e o sentimento é bem este. Tinha livros, biblioteca, sala de vídeo e quadra. As crianças vinham de casa sujas, com roupas encardidas, com caderno rabiscado, sem caneta e com lápis sem ponta. Isto deixava claro a falta da família entre eles. Essa falta de carinho se manifestava nos palavrões, bandalheiras e desapego ao aprendizado.
    Vi num filme bíblico algo interessante: Não adianta deixarmos de sermos escravos se ainda pensarmos como escravos, esperando que nossos donos resolvam tudo por nós. Se em vez de culparmos o governo, fiséssemos nossa parte, tudo estaria melhor.

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  4. Faltou cidadania...
    E nem precisa de tanta educação para perceber que a paticipação da comunidade seria bom.
    bj

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  5. :/
    é dificil até comentar..
    vem logo aquele sentimento de "n tem mais geito"

    Viva ao Brasil!! ao respeito... a honra, a diginidade..

    quem dera tivessemos um pouquinho mais de respeito..

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  6. Bom, ao ler esse texto vemos que o ser humano num contexto geral se "acomoda", não acredita no seu próprio potencial de agir a favor da mudança,pois não se preocupa com os problemas da comunidade onde vive,tendo sempre um pensamento egocentrico e criticando aquele que pensa diferente tendo logo a visão de"ele quer se aparecer"....

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